Uma adaptação de 3 metros
- Elis Stropa
- 1 de mai. de 2018
- 3 min de leitura
Há cerca de dois ou três anos os meus avós começaram a construir uma casa no terreno vizinho à casa dos meus pais. Recentemente eu comecei a fazer um projeto para solucionar um probleminha que surgiu no meio da construção: meu avô decidiu fazer um segundo andar. Isso mesmo. Com projeto pronto, aprovado, fundações feitas e paredes erguidas, ele decidiu que fazer o telhado mais baixo seria desperdício de espaço, e assim decidiu incluir todo um segundo andar sobre sala de TV, quartos e cozinha. Graças à competência do meu tio (que é o responsável pela obra), a mudança não causou tantos transtornos quanto poderia, isso se não levarmos em consideração o tempo adicional de obra, é claro. Vou explicar a seguir como esse pequeno elefante foi acomodado na casa.
Acomodar o segundo andar em si não foi o maior problema. Meu avô decidiu fazer isso quando percebeu que as lajes que estavam sendo concretadas poderiam dar suporte a um piso superior. Ocorre que o projeto original consistia em uma casa com apenas dois quartos (duas suítes) e meu avô estava preocupado com a valorização do imóvel. Por isso facilmente se convenceu e convenceu a todos também. A planta abaixo mostra o projeto original. Acima deste deveria ir apenas o telhado, sendo que a área da sala de estar e de jantar não teriam laje.


O resultado foi que a água dianteira do telhado subiu 2m acima de sua cota original, deixando o pé direito das salas de estar e de jantar com uma altura de quase 8m. Toda a área grifada em amarelo (que foi a que recebeu a laje) deu suporte ao segundo andar, que foi dividido em uma área de sótão e caixa d'água e uma área de salas e varandas. O telhado foi feito de maneira tradicional, com telhas de barro e estrutura e forro de madeira, ficando aparente no pé direito quase triplo da sala e em todo o segundo andar.
Em termos de espaço a solução foi muito boa, o grande problema agora era como fazer para acessar o piso superior? O projeto original não tinha previsto um espaço para escada, mas não havia alternativas, ela teria que ser encaixada em algum lugar com o pé direito duplo. Entretanto, não era em qualquer lugar que a escada poderia ser colocada. Ela precisava alcançar o piso superior na metade dianteira da casa (já que a metade posterior possuía um pé-direito mais baixo e estava destinada às áreas de caixa d'água e sótão). Outra limitação eram as aberturas, principalmente a porta de entrada da casa. O final da escada não podia passar por cima da porta de entrada, pelo menos não de um jeito que parecesse invasivo. Levando em conta isso, a abertura do escritório e a entrada do lavabo na parede direita, era impossível usá-la para apoiar a escada.
Restou a parede esquerda, onde havia a entrada para os quartos. Se a escada seguisse por ela, inevitavelmente encontraria o piso superior sobre a sala de TV. A maneira menos impactante seria fazer a escada com apenas um lance, mas com o pouco espaço disponível e a idade avançada dos moradores, a solução mais orgânica e acessível seria fazer a escada em dois lances. A solução foi proposta pelo meu tio, mas o desenho final da escada foi estudado por mim. Já que ela faria um "L" e o segundo lance subiria na frente da sala de TV era necessário que a estrutura fosse leve e o mais transparente possível, ao mesmo tempo que desenhasse o espaço, e não surtisse o efeito de atulhá-lo.
Depois de diversos estudos chegamos às imagens apresentadas abaixo (clique aqui para ver o projeto em 360º), mas como a obra ainda não está finalizada essa escada ainda poderá sofrer pequenas alterações...
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